Bairros - uma Dom Pedrito sob outro olhar II - Vila Arrué

Dione Borges com o filho Bernardo.

 O Folha da Cidade, dando seguimento a serie de reportagens que mostra as pessoas e os bairros que ficam mais distantes do centro da cidade, traz desta vez a querida Vila Arrué. Quem não conhece, deveria conhecer, pois as pessoas que lá vivem, são muito receptivas e educadas, e foi assim que alguns deles nos receberam numa destas manhãs ensolaradas de junho.

 Nossa primeira conversa foi com Dione Borges, de 33 anos, que nos recebeu prazenteiro com o filho Bernardo, de oito meses, no colo. Dione fala que a distância do centro da cidade não seria um empecilho se os acessos à vila não fossem tão precários, pois que eles se resumem a dois, um pela Rua Antenor Madruga e outro pela Rua João Barbosa, ambas, quase sempre com muitos buracos. Ele diz que o transporte público não é perfeito, mas tem certa regularidade.

Posto de saúde da Vila Arrué.
 A vila ainda possui um posto de saúde, que atualmente está sem médico, mas sobre isto falaremos mais adiante. Por trabalhar na coleta de resíduos (caminhão do lixo), Diones conta que não tem dificuldade em ir trabalhar, visto que a sede da empresa fica bem perto de sua casa.

 A Vila Arrué ainda é atendida pela Escola de Ensino Fundamental Herodiano Arrué. "Gosto de morar aqui, é muito calmo. Temos uma bela vista da cidade. No fim de ano temos uma visão privilegiada da queima de fogos", falou Dione.

 Na mesma oportunidade, conversamos com Carlos Roberto de 34 anos, morador há 18 anos. Carlos que trabalha em uma borracharia, diz, a exemplo dos demais, que gosta de morar na vila. "Os vizinhos são bons, não temos problemas de violência nem de roubos", relata Carlos. De negativo, ele fala que somente as ruas são ruins, como em toda a cidade, aliás. Ele reclama dos políticos que, depois das campanhas, esquecem o caminho da Vila Arrué, mas ainda sim, é um lugar bom para se viver, calmo e com pouco trânsito de veículos.

Cristiane, proprietária do mini-mercado com
a cliente Eliane
 Visitamos um dos poucos comércios encontrados na Vila Arrué. O Mini-mercado Marina, que leva o nome de sua antiga proprietária, a srª Marina Loreto Machado. Lá, nossa reportagem conversou com Eliane Silva, que fazia compras no momento. Eliane mora há quatro anos na vila. Como os demais, gosta muito do local onde mora e diz que, apesar da distância, vê na tranquilidade um dos pontos mais positivos do bairro. "Aqui podemos deixar as roupas no varal à noite sem medo de ser roubados, ninguém mexe mesmo", diz Eliane. Apesar da distância ela considera o transporte público satisfatório. Já Cristiane Montardo, atual proprietária do estabelecimento, apesar de não ser moradora da vila, pensa que deveria ter mais atenção por parte das autoridades, com relação à saúde, uma vez que existe ali um posto. Quanto às pessoas, Cristiane fala que a convivência na vila é ótima: "É uma localidade bem familiar mesmo", ela diz. Apenas refere as condições de infraestrutura como deficitárias. Os acessos, segundo ela, são muito ruins, tanto a Rua Antenor Madruga, que é deficiente em iluminação, quanto a Rua João Barbosa, não oferecem condições para quem trabalha e precisa se deslocar a outras regiões da cidade.

Enfermeira Tátila e téc. em enfermagem Eliara
no posto de saúde
 Nossa reportagem, depois de ouvir os relatos dos moradores da Vila Arrué, procurou o posto de saúde lá instalado. A estrutura, que se encontra em reforma, não conta com atendimento médico desde janeiro, é o que nos disse a enfermeira Tátila Garaialdi, que com a técnica em Enfermagem Eliara, estão fazendo o atendendo à população do bairro com procedimentos mais simples, como verificação de pressão arterial, testes de HGT, preventivos e testes rápidos, além de captação de gestantes. Segundo a enfermeira Tátila, no posto é feito também o encaminhamento para consultas médicas pelo SUS, uma vez que, pelo menos por enquanto, não há previsão de que um médico venha a atender naquele posto, até que se contrate um profissional para isto.

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