Polícia Civil está em greve


Inspetor Lauro Telles

 Depois de a categoria realizar de uma assembleia geral em Porto Alegre na semana passada (5), a maioria dos representantes das diversas regiões decidiram por deflagrar uma greve até que sejam pagos os salários do mês de setembro. Como todos sabem, o governo do Estado vem há mais de dois anos parcelando os salários, não só dos policiais, mas de todos os servidores estaduais. Recentemente o governador José Ivo Sartori trocou o parcelamento por um pagamento por faixas salariais, o que resultou em muitos servidores não receberem nada até hoje. Nossa reportagem conversou com o inspetor Lauro Telles, que nos relatou um pouco da atual situação vivenciada pela Polícia Civil no Estado. No caso desta categoria, a greve deve-se não só ao não pagamento dos seus proventos, o que se configurou na gota d'água, mas a outros fatores, que somados, resultaram na atual situação. Entre as reivindicações da categoria estão a aposentadoria especial e melhores condições de trabalho. Hoje em dia é possível ver através dos noticiários de TV, principalmente na região metropolitana de Porto Alegre, presos em frente as delegacias acorrentados a viaturas, que afetam não só a segurança pública, mas a questão dos direitos humanos sob o tratamento a eles dispensado. A falta de contratação de pessoal, falta de recursos para a polícia, como combustível, material de expediente, etc também são demandas antigas. Telles disse que a Polícia Civil foi literalmente abandonada desde o início do atual governo e vem trabalhando do jeito que pode, e se não fosse o auxílio da comunidade, o funcionamento de muitas delegacias seria impossível, tamanha é negligência das autoridades. Tão logo seja regularizada a situação do pagamento dos salários, os policiais retornarão normalmente aos trabalhos. Já para o próximo mês, ainda não se sabe como será. Telles observa que estas ações são uma prática deliberada, apesar da situação financeira do Rio Grande do Sul ser bastante difícil. Trata-se de uma questão de prioridades. O governo simplesmente não está priorizando o funcionalismo. Ponto. As reformas e medidas que o Executivo Estadual pretende realizar, só são possíveis se um clima de animosidade for instalado. Resumindo. É mais uma questão política, do que uma questão econômica. É bem provável que após a aprovação dessas medidas e a adesão ao regime de recuperação fiscal do Estado junto a União, os salários comecem a ser pagos em dia, inclusive, décimo terceiro, até porque, o ano eleitoral estará mais próximo, e como se sabe, em ano eleitoral, os políticos ficam bonzinhos.

 Telles falou que a situação é essa: os policiais estão em greve, mas cumprem seu expediente nas delegacias. Atendem ocorrências de maior gravidade, como aquelas que envolvam crianças e adolescentes, mulheres e idosos, flagrantes, prisões ou qualquer ocorrência que necessite de uma atuação rápida estão sendo atendidas e não estão desamparado a população como querem pintar os governistas.  Somente aquelas ocorrências normais do dia a dia estão com o atendimento paralisado.



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