Mineradoras pesquisam em Dom Pedrito há mais de 50 anos

Produtor rural e médico veterinário João Alberto Blanco.

 Os recentes projetos de mineração anunciados pela Votorantim Metais, em Capaçava do Sul – para exploração de chumbo, cobre e zinco (fala-se, também, extraoficialmente, em ouro), e pela Águia Fertilizantes – para extração de fosfato, na região das Três Estradas, em Lavras do Sul, têm chamado a atenção das comunidades desta região do Estado. 

 Em Dom Pedrito, tão logo assumiu a chefia do Executivo, no ano passado, o prefeito Mário Augusto de Freire Gonçalves emitiu uma nota à imprensa, manifestando sua preocupação com relação a esses empreendimentos. Já a Associação Alto Camaquã, na qual também militam produtores da região de Palmas, interior de Bagé, com vínculos cada vez mais estreitos com Dom Pedrito, tem envidado campanha acirrada contra o projeto da Votorantim, que considera nocivo ao meio ambiente e à matriz econômica do agronegócio que prevalece nestes pagos sulistas. Mais recentemente, um produtor de Dom Pedrito, Sérgio Barbieri, postou no Facebook, mensagem onde alertava que a Votorantim já estava fazendo pesquisas em suas terras. O que pouca gente sabe, entretanto, é que essas pesquisas já acontecem por aqui há mais de 50 anos.

 A este respeito obtivemos depoimento do conceituado produtor rural e médico veterinário João Alberto Blanco, proprietário, juntamente com os filhos, da Estância Paredão, localizada na região de Taquarembó, localidade conhecida como Walthier, distante cerca de 37km do centro de Dom Pedrito. “Houve, desde 1965, uma sucessão de concessões (feitas pelo Ministério de Minas e Energia, através do DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral -, primeiro à Vale do Rio Doce; depois, à CRM (Companhia Riograndense de Mineração), depois veio uma empresa canadense, Golden alguma coisa, não me lembro o nome, e agora por último a Votorantim Metais. Porque essas empresas que detêm concessão para fazer as pesquisas podem repassar (esse direito) para outras. Feita a concessão, por três anos, a empresa precisa apresentar trabalho e relatórios anuais de suas atividades, mas detém a preferência da lavra. E o Ministério vinha comprovar se realmente aquelas atividades relatadas estavam acontecendo”, conta Blanco. Acrescenta que a Votorantim, diferentemente das anteriores, nos dois últimos anos vem intensificando seu trabalho “(...) e a forma de pesquisar, com novos métodos, enfim, e começaram a aparecer áreas promissoras. Aí eles se dedicaram mais intensamente e veio até o ponto de chegar na fase de prospecção, que é de avaliação da jazida”.

Começa a fase de prospecção

 O produtor explica que a primeira fase a que essas mineradoras de dedicam no terreno é à pesquisa, seguindo-se a prospecção que já é o momento em que são feitas perfurações e retiradas amostras para se avaliar o potencial da jazida. “A área de maior interesse, que eles (a Votorantim) acharam mais promissora, ficou entre a nossa propriedade (Estância Paredão) e a do Custódio Barbiéri, que é o pai do Sérgio Barbiéri (conhecido produtor que integra a Acodope – Associação dos Criadores de Ovinos de Dom Pedrito). Depois existem dois vizinhos (onde também se fará prospecções), o Artur Jardim e irmã, que são lindeiros do Sérgio, e mais adiante é o Carlos Alberto Araujo da Rosa (mais conhecido como dr. Diuga, o oftalmologista)”, destaca. Mas ainda não houve acordo.

 Leia a matéria completa na edição impressa do Folha da Cidade.


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