Coluna Espírita

Hoje. Nosso maior desafio

 Bom seria se o momento presente representasse o nosso ideal de felicidade, mas não. A impaciência e a ansiedade são o que caracteriza a geração atual. Perdemos quase que a totalidade de nosso tempo útil remoendo, ressentindo as ocorrências passadas ou programando futuras realizações com intensidade demasiadamente prejudicial ao "agora".

 A maioria de nós, mescla às tarefas diárias remorsos de episódios passados, frustrações não digeridas pela enzima da humildade. Os anos avançam sem que a pessoa consiga sair da roda que chamamos de ressentimento. No Livro "A Imensidão dos Sentidos" de Francisco do Espírito Santo Neto, o espírito Hammed define a palavra ressentir como: “deixar-se sentir novamente” ou “voltar-se ao ressentimento passado”. Podemos dizer que nesse estado o indivíduo se permite sentir novamente episódios que já ocorreram, mas que para o ressentido parecem ser atuais. Acrescenta também que: "... esse estado nos consome energeticamente e debilita nosso corpo físico e/ou espiritual". Podemos dizer que quando tal situação não decorre de traumas vividos, é o orgulho e a vaidade que não deixam o perdão instalar-se no coração do ofendido.

 O mesmo ocorre no instante em que nos colocamos na posição de espectadores do futuro. Consumimos instantes preciosos da vida no exercício de idear situações porvindouras, esquecendo até de aproveitar a parcela de felicidade que nos é possível gozar em nosso mundo. Há os que consomem seu tempo mergulhados apenas no campo das ideias, sem ações concretas que justifiquem alcançar os objetivos almejados. Existem igualmente os que partem em uma carreira cega no intuito de acumular o maior número de bens que conseguir. Encontramos também aqueles que vinculam sua realização pessoal em acontecimentos futuros. Por exemplo: só será feliz quando casar, casando-se só será feliz realmente quando tiver um filho, o filho vem e a felicidade plena só virá quando comprar a casa própria, alcançado esse objetivo, acha que a felicidade completa virá com o carro novo e assim por diante. Os anos passam e o modelo de realização que fantasiamos não chega a concretizar-se. Ficam as desilusões de uma vida frustrada. É preciso entender que o ontem passou, devendo representar tão somente o baú de experiências enriquecedoras a guiar nossos passos por caminhos mais retos.

 O amanhã chegará inevitavelmente e será tão mais agradável quanto tenhamos nos esforçado no hoje. Não se pretende com isso fomentar a imprevidência ou a irresponsabilidade, mas sim chamar a atenção para as questões essenciais ao desenvolvimento moral e espiritual do ser humano. Precisamos aprender que o ato de perdoar implica na cura e não na abertura de velhas feridas. Sanando nossas suscetibilidades, aproveitando o hoje, a construção de nosso amanhã terá outro significado, mais sólido e duradouro. Este constitui o nosso grande desafio na atualidade, fazer com que o momento presente seja o momento mais importante em que o amor e o perdão participem ativamente de todas as nossas ações. 
Pensemos Nisso!

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