Uma visita inusitada


 Nominamos assim a matéria por ser a visita ao cemitério na parte da noite, algo não muito habitual, convenhamos. Mas neste caso, ela visa desmistificar um pouco a visão que se tem a respeito dos monumentos que adornam os túmulos da necrópole pedritense.

 Organizada pelo professor Adilson Nunes de Oliveira, museólogo e diretor do Museu Paulo Firpo e pela professora Lucyleda Machado Costa, desta vez foram levados aproximadamente 30 alunos do Instituto Estadual de Educação Bernardino Ângelo para, em um roteiro previamente definido, conhecerem um pouco da história contida em cada parada. Bem, e por que de noite? Neste caso em particular, porque são alunos da EJA, Educação de Jovens e Adultos. Como são alunos que estudam à noite, este é o único horário de que dispõem. Adilson nos explicou que no caminho feito, ele vai fazendo a descrição de cada obra, os símbolos contidos em cada um, algumas particularidades como, por exemplo, o túmulo que chora - conta-se que em determinada época, a escultura de um anjo chorava, daí o nome e pertence a Salvador Torres que, quando vivo era advogado e uma das primeiras causas que ele defendeu foi perdida e os que ele representava o assassinaram. Abaixo do túmulo está um livro e uma pena, indicando ele era um homem erudito, ligado à literatura, enfim. Entre outras coisas, Adilson ressaltou que em nossa cemitério existem duas características bem definidas que são os túmulos homenageantes, aqueles que possuem bustos ou figuras das pessoas ali sepultadas e também os túmulos de tradição cristão, que são aqueles que aparecem o cristo crucificado, figuras angélicas, orantes, anjos da saudade - que estão atirando flores no túmulo; o Cristo na espera, com Jesus sentado de mãos estendidas; outros túmulos representados pela deposição de Jesus no túmulo e outros mais. Ao final da visita Adilson toca o sino da capela, simbolizado o silêncio para os mortos e declama uma poesia com o tema em questão.

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