Coluna Espírita - A visão de Deus


 Analisando o cap. II de "A Gênese" de Allan Kardec, item 31, chegamos a seguinte indagação: Será que o homem, poderá ver Deus logo após abandonar o corpo físico? Ou por outra: após a morte, estarão os "eleitos" aptos a estarem ao lado de Deus? Se tomássemos por base os ensinamentos que recebemos desde a infância, os fatores culturais de nossa sociedade ocidental, e os dogmas empoeirados das religiões tradicionais, talvez sejamos levados a crer que seja assim mesmo. Mas como se processaria tal circunstância? A esse respeito, nos informam os espíritos superiores que somente podemos ver as coisas espirituais com os olhos da alma, que nossa visão ordinária, por mais perfeita que seja, apenas consegue perceber uma parcela do que existe, mesmo o que nos rodeia. Nos ensinam, ainda, que após desencarnar, bem poucas almas estariam evoluídas o suficiente para contemplar o criador, donde se infere que quase a totalidade dos habitantes de nosso planeta, ainda se acham muito distantes de alcançar tal meta. No presente capítulo, os luminares da codificação fazem uma comparação bastante didática: "Uma pessoa que se encontre no fundo de um vale, envolvido por densa nevoa, não vê o sol, no entanto, pela luz difusa, percebe que está ensolarado. À medida que for subindo, o nevoeiro irá se dispersar, contudo ainda não verá o sol. Somente quando se elevar acima da cerração, em um local em que o ar esteja completamente límpido é que poderá ver o sol em todo o seu esplendor.

 O mesmo se dá com a alma. Nosso corpo espiritual, ainda que seja invisível e impalpável, é com relação a ele verdadeira matéria, por demais grosseira para determinadas percepções. Todavia, esse envoltório espiritual, evolui à medida em que a alma se adianta em moralidade. Cada imperfeição de que a alma se desfaz, é uma mancha a menos, muito embora somente após se depurar completamente é que o espírito goza da totalidade de suas faculdades. Não se segue com isso que nós espíritos imperfeitos, estejamos mais distantes de Deus do que aqueles que já atingiram a perfeição relativa. A providência divina, abarcando todo o espaço, assim como o ar nos envolve a todos em sua atmosfera, está em todo o lugar, de modo que não é pelo fato de não podermos vê-lo, que venhamos a estar mais distantes Dele. Nossas imperfeições morais são quais manchas que nos obscurecem tanto mais a visão, quanto mais brutalizados estivermos. Os espíritos só evoluem com o passar do tempo, sendo as diversas encarnações o filtro no qual deixa de cada vez retido algumas impurezas. Abandonando o corpo físico por ocasião da morte, o espírito não se despoja instantaneamente de suas imperfeições, motivo pelo qual, depois da morte, não vê Deus mais do que via quando vivo, mas à medida que se depura, tem Dele uma intuição mais clara.  O que importa saber, no entanto, é que ninguém se acha privado de Sua solicitude, de Seu amor. Importa compreendamos seu pensamento, sua ação sobre tudo e todos, da mais ínfima criatura unicelular ao mais capacitado dos homens. 
Pensemos nisso!

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