Isso mesmo. O Clube Recreativo e cultural Riograndense, por este motivo, é o clube mais antigo ainda em funcionamento na cidade. Fundado em 15 de maio de 1909, a instituição foi a alternativa encontrada pela parcela de pessoas negras da época, que infelizmente não podiam frequentar um clube. Superadas essas questões pequenas, o clube ostenta, além do título de mais antigo na cidade, a herança de grandes eventos - casamentos, bailes de debutantes, o famoso baile do blusão, e mais - baile da primavera, baile da juventude, carnavais memoráveis, réveillon, visita de ilustres personalidades.
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| Antiga fachada do Clube |
É verdade que na atualidade, a entidade enfrenta, como acontece com outros clubes, um momento delicado no que tange a sua saúde financeira, ponto capital para o bom funcionamento de qualquer organização, mas a tradição que ela carrega vem, ao longo dos últimos anos, sendo um dos baluartes que a mantém firme, como um esteio, um marco a relembrar os seus dias de glória. Sim, tempo houve que possuir uma carteira de sócio da Riograndense era símbolo de status na sociedade, agora sem falar mais em cor da pele, não. Integrar o rol daqueles que faziam parte de seu quadro associativo significava ser aceito como um cidadão de bem, afinal, além da joia, era necessário ser apresentado por um sócio efetivo. Não que hoje não seja assim, é que as mudanças na sociedade e as dificuldades financeiras enfrentadas por todos chegam fatalmente às entidades recreativas, que precisam se adequar, sob pena de deixarem de existir.
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| Sócios no Clube, provavelmente nos anos 70 |
Na semana que passou, nossa reportagem conversou com o presidente da entidade, Paulo Gustavo Ribeiro Maciel. Ele nos contou com entusiasmo sobre seu amor ao clube. Admitiu que hoje, a imagem da "Rio" está longe do que um dia já foi, mas vem trabalhando, juntamente com sua diretoria, para resgatar o prestígio e a credibilidade que o clube merece. Na década de 2000, problemas burocráticos fizeram com que a entidade fechasse suas portas por aproximadamente 10 anos. Por esforço de alguns abnegados membros, voltou a funcionar. Gustavo contou que, atualmente, vem fazendo um trabalho para trazer novamente antigos sócios e espera, em breve, trazer a Riograndense para o lugar de onde nunca deveria ter saído. Para comemorar a data, aconteceu no sábado (19), um jantar baile.
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