Uma história sobre Eduardo e Mônica


 Quem nunca ouviu falar sobre a música do Grupo Legião Urbana que foi um dos hits no final dos anos 1980. Na letra de Renato Russo, o tema trata sobre um casal com vidas bastante diferentes. ..."Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer, e conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer"... Bom, coincidências ficam mesmo por conta dos seus nomes, porque na vida real, o casal de nossa história desta semana possuem muita coisa em comum.

Entrevista no Folha da Cidade,
 com o repórter Marcio Trojahn
 Foi em nossa redação que marcamos um encontro e numa conversa descontraída, conhecemos um pouco da história desses dois amigos que em determinado ponto de sua vida resolveram largar suas carreiras, sua estabilidade, para encarar um novo desafio, que passaremos a narrar de agora em diante.

 Eduardo é natural de Dom Pedrito, mas morou pouco tempo aqui. Ainda criança foi morar em Porto Alegre, embora o vínculo com a Capital da Paz tenha se mantido, por causa de alguns familiares que ainda residem aqui; então, nas férias, ele estava sempre por estas bandas. Aos 14 anos, retornou para Dom Pedrito, onde concluiu o ensino médio. Depois disso, morou no Recife, no Uruguai e daí foi para Novo Hamburgo.

 Mônica é nascida e criada em São Leopoldo e, diferente de Eduardo, sempre estudou e morou nesta região. Sua formação na área de administração foi, portanto, concluída sem muitas alterações. De comum com seu par - o gosto por viajar.

O primeiro encontro

 Eduardo e Mônica tinham amigos em comum. Um dia, Mônica foi até a casa de uma amiga que tem desde o tempo de ensino médio. Iriam sair juntas. Nesse mesmo dia, Eduardo foi até lá conversar com essa amiga, para tratar sobre umas fotos que iriam fazer, foi aí que, sem querer, acabaram se conhecendo. Daí em diante, muita conversa, risadas e, é claro, a descoberta de que tinham, ao contrário da dupla da música, muita coisa em comum.

A fotografia

Capri - Itália
 Falando sobre o trabalho que atualmente desenvolvem, eles nos contaram que o gosto pela fotografia surgiu em momentos diferentes. Para Eduardo, foi quando, há 11 anos atrás, já formado em Administração, ele estava em Dublin, Capital da Irlanda, para melhorar o seu inglês e adquirir experiência. Lá ele comprou a primeira câmera que servia mais como um hobby. De retorno ao Brasil, voltou para a Unilever, empresa que trabalhava na época. Um tempo depois assumiu um cargo mais elevado que vinha almejando há algum tempo, momento em que percebeu que não era isto o que realmente queria para sua vida, mas sim, a fotografia. Como não tinha muita experiência com essa área, decidiu trabalhar aproximadamente um ano, comprou equipamentos melhores, e foi atuando em casamentos, aniversários, embora seu foco fosse mais na parte de moda. O fato é que depois disso ele nunca mais parou. Para Mônica, a fotografia veio através de Eduardo, afinal fotos e viagens têm tudo a ver.

 Depois desse período inicial foi que o casal decidiu por realizar a primeira longa viagem que fez parte desse projeto. Durante um mês inteiro, percorreram toda a Argentina e este foi talvez o start para pensar em algo maior. Mônica contou que uma viagem longa sempre esteve em seus planos, um "ano sabático" como ela mesma definiu, vontade que revelou ter desde o tempo de estudante. Depois que começou a namorar com Eduardo, em virtude do crescimento da carreira como fotógrafo, decidiram que aquele era o momento de encararem juntos a jornada que, já tinha começado sem mesmo saberem. Ela então largou sua carreira, e a fotografia passou, daí em diante, a fazer também, parte de seu dia a dia.

 Muitos pensarão: como é que essas viagens são financiadas? Afinal, tudo custa dinheiro. Bom, eles disseram que no começo cada um tinha suas economias, Eduardo chegou, inclusive, a vender seu carro para custear o sonho. A programação e os recursos estavam em mãos, o que daria para mais ou menos um ano.

Sahara - Marrocos
 Em determinado período perceberam que estavam apenas viajando, e o dinheiro sendo gasto, até porque, a intenção inicial era esta - a de passar este período fora e voltar para o Brasil. Decidiram, então, criar um site e contar todas as suas experiências, dividir com todos as vivências e histórias que passaram nos vários países que visitaram, e também oferecer os seus serviços de fotógrafos para hostels e hoteis, por exemplo. Neste momento passaram a ser indicados para outros trabalhos, o que nem sempre rendia dinheiro, mas trocas, que foram por vezes alimentação, hospedagem, o que no fim das contas fazia com que economizassem o dinheiro que possuíam. Resumo: a viagem acabou sendo bancada com a fotografia.

 De agora em diante, a intenção é atuar em projetos mais específicos, como o que eles estão fazendo atualmente em Dom Pedrito e região, trabalhando aspectos da cultura regional, suas tradições e tudo o que faz parte da vida do homem que vive no Pampa. Contando a história das pessoas dessa região, sua rotina, como elas se veem, e a partir daí gerar um material em forma de um documentário, contando, portanto, sob uma nova ótica, a percepção que eles têm do modo de vida do gaúcho.

 Confira a matéria completa na edição impressa de 19 de maio.


Postar um comentário

0 Comentários